quinta-feira, 22 de dezembro de 2011

Refletindo sobre alfabetização e letramento

"Letramento é, sobretudo, um mapa do coração do homem, um mapa de quem você é, e de tudo que pode ser. "                               

Magda Soares



Para muitas pessoas o fato de uma criança reconhecer e saber juntar as letras do alfabeto, formando palavras e frases significa que ela está finalmente inserida no mundo letrado, entretanto as coisas não são bem por ai...
Há uma grande diferença entre uma criança letrada e uma apenas alfabetizada. Muitas crianças e até mesmo jovens e adultos não conseguem interpretar o que leem, possuem dificuldade para desenvolver o seu pensamento cognitivo na hora em que é preciso criar ou interpretar um texto. Vejamos como distinguir a alfabetização e o letramento:
A alfabetização é um processo pelo qual o individuo apropria-se do código, dos signos e significados, ou seja, a língua escrita, é o processo de desenvolvimento da habilidade de ler e escrever.  

 “A alfabetização diz respeito à compreensão e ao domínio do chamado código escrito, que se organiza em torno de relações entre a pauta sonora da fala e as letras (e outras convenções) usadas para representá-la, a pauta, na escrita” (VAL, 2006, p. 19).
                              

Por sua vez, o letramento é o exercício efetivo das competências da escrita e leitura, o individuo para ser letrado deve atingir objetivos diferentes. O letramento implica em reflexão, interpretação, compreensão, leitura de mundo e construção de autonomia.
O letrado é capaz de desenvolver as habilidades da leitura para interpretar e criar, utilizar a linguagem para estruturar a experiência e explicar a realidade, o letrado sabe analisar criticamente até mesmo o próprio discurso, consegue entender que a linguagem propicia negociações.

         “Saber utilizar a língua escrita nas situações em que esta é necessária, lendo e produzindo textos” (BATISTA, 2003 in VAL, 2006, p. 19).

             “Conjunto de conhecimentos, atitudes e capacidades, necessário para usar a língua nas práticas sociais” (BATISTA, 2003 in VAL, 2006, p. 19).
                           “... entendido como o desenvolvimento de comportamentos e habilidades de uso competente da leitura e da escrita em práticas sociais” (SOARES,2004)

domingo, 11 de dezembro de 2011

Coesão textual, os falsos conectores...

Conectores são palavras com função de estabelecer relação lógica entre uma palavra e outra, entre frases, orações e parágrafos, com finalidade de dar coesão ao texto.
É comum no nosso cotidiano nos depararmos com expressões como essas: "a nível de", "tipo assim", "face a", "que nem", "eis que", "sob o  ponto de vista", "por causa que", "ao meu ver". Porém as formas corretas são:

  • "A  nível de" - diferentemente do que aparenta não é uma expressão culta. Podemos encontrar também a expressão "em nível de ", que tem melhor aceitação, porém não é muito recomendável, uma vez que seu uso ainda não foi totalmente consagrado, o melhor é substituirmos por: em âmbito de, em, do ponto de vista de, em relação a, quanto a.

"Trata-se de um projeto desenvolvido em âmbito nacional"(e não "A nível nacional")

"A nível de " podemos usar quando a preposição "a" está ligada ao artigo "o" e significa a mesma altura. Por exemplo: 

"Hoje o Rio de Janeiro amanheceu ao nível do mar."


  • Tipo assim, tipo - expressão muito utilizada pelos adolescentes, podemos substituir por: como, aproximadamente, por volta de, da espécie.

"Gostamos de assistir filmes como Assalto ao Banco Central." (nada de tipo Assalto ao Banco Central)


  • Face a - outro falso conector que não é aceito pela norma culta. O correto é empregarmos dessa forma:

"Em face das falhas de procedimento..."


  • Que nem - acepção comparativa, substituímos por:  como.

"Faça como ela"


  • Eis que - substituímos por: uma vez que, já que, pois.

"Iniciaremos a reunião uma vez que todos já estão presentes"


  • Sob o ponto de vista de - substituímos por: do ponto de vista de.

"Do ponto de vista da norma culta da língua..."


  • Por causa que - muito mais simples e bonito utilizarmos "porque".

"A professora não veio à aula porque estava doente."


  • Ao meu ver -  o correto é "a meu ver".

"A meu ver ele merecia ganhar a bolsa de estudos."